quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

decepção.

Eu me decepciono com todos que eu amo, ou pelo menos a grande maioria. Hoje, dia que eu mais precisava de alguém pra conversar todos se foram. Ninguém. Não sobrou ninguém pra eu dizer que não estou nada bem e que eu quero muito chorar agora. Que eu me enganei com certas pessoas que eu amava muito mais que agora elas só fingem pra mim. Que eu preciso contar tudo de ruim que me vem acontecendo e que a minha carência se juntou com a falsidade pra tentar me matar de vez. E hoje eu precisava dividir isso com alguém. Mais pelo que me parece eu estou sozinha.... mais uma vez. Mais tudo bem, eu sei que isso é só hoje. Hoje que eu realmente estou mal. Eu sei que uma hora ou outra vai aparecer alguém pra me ouvir e .. isso acabou de acontecer.

Um futuro bem, bem distante ?

Eu, de óculos escuros, ouvia música e mascava chiclete olhando lá de cima. Levantei os óculos. Lá de cima dava pra ver quase tudo. As árvores e o mar, lindo azul, bem mais azul do que era acostumada e que eu lembrava. Nada como voltar pra casa. Juliana estava deitada na poltrona na minha frente, na janela. Ela estava dormindo e não estava nem ai pra nada. E eu ri, porque mesmo com os fones ainda dava pra ou vir ela roncando, o que era bem engraçado já que toda vez que a gente falava isso pra ela ela negava. E isso não é de hoje, tipo, ela faz isso desde quando a gente tinha uns 13,14 anos. E eu ri de novo. E então eu olhei por outro lado do corredor, e vi uma loira teclando num notebook como uma louca. Paulinha não faz isso a muito tempo. Desde a adolescência que ela não ligava muito pra computador mais o trabalho dela acabou forçando-a a voltar com o vício. Eu acabei rindo de novo. Isso é o que ela falava. Todas nós sabíamos muito bem que a loira nunca deixou de amar internet, ainda mais depois que ela noivou com um cara que a gente conheceu pela internet quando era mais nova, mais .. isso é outra história. Álias, ela até deveria estar falando com ele agora.. ou seilá . Parei de pensar no passado quando vi Julyana vindo correndo e sentando na poltrona na frente da da Juliana. Ela se sentou e se virou pra mim com um sorriso cúmplice. Eu a olhei  com cara de " eu sei o que você fez ok, e você tá ferrada ". Ela riu pra mim de novo e se sentou. Logo em seguida vi um jovem alto, moreno, forte de olhos esverdeados se sentar numa poltrona próxima onde avia uma mulher meio asiática dormindo. Ele estava meio amarrotado e com os cabelos bagunçados. Julyana virou-se pra mim de novo e sorriu e eu disse com os lábios : Nossa, ele é lindo. Não acredito que vez isso de novo. Ela riu, sentou-se novamente e ficou trocando olhares com o tal. Juliana acordou e percebeu a agitação nas poltronas a sua volta e já tinha percebido o que acontecera. Ela me olhou com uma cara de sono indistinguível e me perguntou se tinha acontecido de novo. Eu respondi que sim e olhei pra Julyana. Juliana perguntou qual era o da vez nós mostramos o tal. Ela riu e eu me virei em busca de Isabella. Isabella estava quieta, como passou a ser a uns meses pra cá. Eu a olhei com ternura e me sentei no banco ao lado do dela. Eu sorri pra ela e ela devolveu o sorriso para nós quatro, só que as outras três já estavam comigo em volta dela. Derrepente um sexto sorriso nos afetou e todas nós soltamos um suspiro de alegria. Um sexto sorriso tão diferente, que nós ainda não tínhamos nos acostumados mais que faria parte de nossas vidas sempre e que se chamava Alana. E ai eu tive certeza. A partir dali nós não éramos mais cinco. Agora nós éramos seis.